terça-feira, 8 de maio de 2007

Gentileza Gera Gentileza



A gentileza facilita as relações sociais e as torna mais agradáveis. É algo que ninguém é obrigada a fazer, mas faz para melhorar a relação com as pessoas, é um cuidado com o outro que vai além das normas formais de educação.

Maria Eunice Maciel - UFRGS



“Este é o profeta Gentileza que gera gentileza, amor, mostra a maldade da humanidade”, apresenta-se na pilastra de número 14 aquele que nasceu na cidade paulista de Cafelândia, com o nome de José Datrino. A idéia de um mundo regido pela gentileza foi pregada por Datrino desde que, em dezembro de 1961, abandonou família e profissão para assumir uma nova identidade.
Consolar os parentes das vítimas do incêndio de um circo em Niterói, mudar-se para o local da tragédia e semear ali um jardim de flores foi sua primeira missão. Como autêntica fênix que renasce das cinzas, Gentileza começou ali seus 35 anos de peregrinação.
Gentileza
marisa monte
Apagaram tudo
Pintaram tudo de cinza
A palavra no muro
Ficou coberta de tinta
Apagaram tudo
Pintaram tudo de cinza
Só ficou no muro
Tristeza e tinta fresca
Nós que passamos apressados
Pelas ruas da cidade
Merecemos ler as letras
E as palavras de Gentileza
Por isso eu pergunto
À você no mundo
Se é mais inteligente
O livro ou a sabedoria
O mundo é uma escola
A vida é o circo
Amor palavra que liberta
Já dizia o Profeta

sábado, 5 de maio de 2007

Artístas Anônimos ou Não

O recheio desse blog é feito na grande maioria por amigos, artístas anônimos ou não.
E não dava pra deixar de postar algo da Sandra por aqui.
Sandra Veroneze, jornalista, escritora, piadista (hehehe) e de quebra ainda navega muito bem pela filosofia e tem fascinação por estratégias de guerra.
Aí vai um de seus textos mais recentes que o IdéiasdaCabeça teve a honra de ter acesso em primeira mão.


a batalha nossa de cada dia

sandra veroneze - abril/2007



Assuntos militares sempre me atraíram. Gosto de estudar armamento, estratégias de guerra, tática de combate, a moral dos exércitos, enfim, tudo relacionado à arte de pegar em armas para atacar e defender, seja pela honra, seja pela pátria... Meu particular interesse, obviamente, recai sobre os antigos combates, e então os samurais e os exércitos gregos e romanos estão constantemente na minha mira.

Se no cinema filmes como Herói, Alexandre, O Último Samurai e O Samurai do Entardecer me encantaram, na literatura nenhum outro livro relacionado a guerra me fascinou tanto como Portões de Fogo, de Steven Pressfield. Lembro-me de ter concluído a leitura arrepiada, como se no desfiladeiro das Termópilas, com os 300 de Esparta, tivesse estado.

Portões de Fogo conta a Batalha de Termópilas, em 480 a.C, quando o império persa, liderado por Xerxes, mobilizou seus exércitos para a invasão da Grécia. Várias cidades já haviam sido dominadas pelo terror, rendendo-se sem lutar. Atenas e Esparta, no entanto, decidiram resistir. A missão era retardar o inimigo e foi atribuída a uma elite de guerreiros espartanos, liderados por seu rei, Leônidas.

Essa história é fascinante. Se os artistas da Renascença encantam pela sensibilidade, pelo senso de equilíbrio estético, pela noção do belo, os espartanos são igualmente encantadores na arte da guerra. Falar dos espartanos é falar de um povo forjado na batalha, fortemente comprometido com a cultura militar e todas as virtudes nela necessárias: coragem, desprendimento, lealdade, bravura, coragem, espírito de sacrifício, disciplina...

Considerando que viver, de certa forma, é uma luta, e que todo dia uma batalha que se renova, o soldado cidadão tem muito a nos ensinar. Soldado cidadão é o espartano, aquele que luta por convicção, por acreditar na causa, por identificar no bem do grupo seu próprio bem. O soldado cidadão luta pela honra, luta pela glória, luta pelos interesses de sua pátria, e assim vence, mesmo que o resultado seja a morte, da qual não tem medo. O soldado cidadão vai à guerra sabendo que vai matar e que pode morrer, mas isso é detalhe, uma vez que o motivo pelo qual ele luta é maior que ele mesmo. O soldado cidadão é vencedor, porque antes de dominar ao inimigo, já dominou a si mesmo. Abdicou de todo egoísmo, de seus interesses pessoais...

A analogia se impõe: em nossa luta cotidiana, quem são nossos parceiros de front? Quem são os inimigos? Quais são nossas armas? Qual o campo em que travaremos o combate? Mais: quais são nossas lutas? Quais são nossos ideais? Em um mundo onde tantas pessoas se perguntam qual o sentido da vida, ter certeza das respostas de questões como estas pode ser um bom começo para uma existência mais feliz e realizada. E então, em coração, seríamos como Leônidas, que diante da ameaça de Xerxes de que as flechas inimigas seriam numerosas, capazes de bloquear a luz do sol, responderíamos: “Ótimo, combateremos então à sombra!”.

terça-feira, 1 de maio de 2007

Minha Girafa Adolescente

um conto de viagens à base de sprite:

Minha girafa...adolescente, bahhh que fase!!



Dia desses sumiu, saiu sem a avisar...fui saber por uma amiga que estava lá na Cavalhada visitando o Elefante, tive que pedir pra passarem no zaffari e comprar uma colerinha (pq a dela arrebentou) e trazer ela pra mim, tava preocupada, ela anda fugindo demais pra essas bandas alí e esse elefante é um mau caráter, tava saindo com a Leoa e agora tá cantando a girafa...Ela tem que entender que o lugar dela é aqui e que o Coelho ainda a ama!


Fiquei muito zangada, ela nem avisou que ia sair, agora tá assim...adolescencia é fogo...quando voltou, tava toda estupida...nem deu bola pro Coelho (aliás ele tá enchendo a cara, tá um porre).


Tive que colocá-la no xiqueirinho de novo, e cortei os girassóis dela, tá só na beterraba agora! O Coelho anda nessa vida de se entorpecer de Suco de Abacate, passa noites pelas ruas trêbado, aos berros e chorando ! Acorda todos os dias tonto e sai pra correr no sol de óculos escuros tentando disfarçar. E ela com essa nova amiga, a tal Coruja que não sei de que família é, ficam de cochicho pra lá e pra cá. Me disseram pra eu deixar quieto, que isso é importante pras garotas...até aí eu concordo, sabe?! mas precisam essas conversas ser a noite e ela ficar se machucando, tentando subir em árvores como a Coruja?! precisa?! Que absurdo!!


Agora que ela voltou eu pedi para que os ratos (que sou ótimos em costruir cercados para girafas) construissem um novo pra ela, bem confortável e espaçoso. Achei que com isso ela fosse se acalmar, mas dia desses disse que ia no aniversário da Onça, só comer uma nóz e já voltava , mas que nada, chegou em casa as 05 da manhã, fedendo a Suco de Abacate e cantando "...BOLADONA, BOLADONA...".


Dois dias depois que fui descobrir que arranjou um amigo leopardo, o Léo e estava indo pro Funk no 100sação! Bom, mas hoje digo que ela acordou melhor, há uma semana que coloco ela a assistir o maníaco do copo d'água da Pampa, ela ora, abraça a TV e se sente bem melhor!

Hoje passeou pelo jardim de girassóis cantarolando, com o pescoço erguido que dava gosto de ver! O Coelho, bom, esse por sua vez consegui convencer que beber Suco de Abacate não leva a nada, ele agora até está se tratando, em palestras semanais que instruem sobre como se manter longe das Toperas que batizam o Suco de Abacate. O tal Léo, apesar de ser um funkêro de carterinha, é um bom amigo, ele e a girafa se parecem pacas e se divertem muito juntos, o Coelho até que tem um ciúme ali, mas tudo bem.


Bom e quem quiser nos visitar a melhor maneira é a seguinte:

É só atravessar pela pequena estrada entre meus jardins de girassóis até o xiqueirinho da minha girafa, não é difícil, basta seguir olhando pra cima em direção ao pescoço dela. Chegando lá há um lago a direita, os ratos vivem lá na beira, em uma linda casa (feita de madeira e por eles mesmo, como eu disse, eles são ótimos marceneiros), mas sempre bata antes de entrar, eles são chatos com isso. Eles te mostrarão o caminho. Outra coisa, quando vier pra esses lados tenha cuidado no caminho pra não exterminar as minhocas transparentes, tá dificil cuidar delas, mas tô tentando...Ahh, sempre traga presentes para os ratos, o verde é educadinho, mas o cor-de-laranja é um resmungão e ranzinza pra caramba e vai reclamar muito se não receber presentes na visita.

Esperamos você para comer beterrabas e contar histórias!!
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anne laubin - jun/2006